quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

RELAÇÕES MONOGÂMICAS COM DIAS CONTADOS


Para o psiquiatra  e psicoterapeuta Flávio Gikovate, essa tentativa de se transformar as relações afetivas e sexuais em múltiplo prazer é antiga. 'Não é para onde caminha a humanidade. Já se tentou fazer isso acontecer em 1960, e realmente não é a minha maneira de pensar e não acho que é o que vai acontecer e nem tem a menor tendência afetiva para isso', observa.

Para ele, casamentos ou alianças devem ser feitos por afinidades. 'Venho defendendo desde os anos 1970 a ideia de casamentos ou alianças por afinidades. Ou seja, as pessoas não são complementares, são parecidas, têm características, gostos e personalidades muito mais parecidos, além dos defeitos, o que significa que cada um tem que progredir em vez de poder contar com o parceiro para resolver suas dificuldades', opina.

'Tendência de relações múltiplas é minoritária'
Para o psiquiatra  e psicoterapeuta Flávio Gikovate, essa tentativa de se transformar as relações afetivas e sexuais em múltiplo prazer é antiga. 'Não é para onde caminha a humanidade. Já se tentou fazer isso acontecer em 1960, e realmente não é a minha maneira de pensar e não acho que é o que vai acontecer e nem tem a menor tendência afetiva para isso', observa.

Para ele, casamentos ou alianças devem ser feitos por afinidades. 'Venho defendendo desde os anos 1970 a ideia de casamentos ou alianças por afinidades. Ou seja, as pessoas não são complementares, são parecidas, têm características, gostos e personalidades muito mais parecidos, além dos defeitos, o que significa que cada um tem que progredir em vez de poder contar com o parceiro para resolver suas dificuldades', opina.

'Mais pessoas vão optar pelas relações múltiplas'
'Acredito que a tendência é cada um escolher a sua forma de viver. Mas você tem que ficar ligada nos sinais, ou seja, o número de casais que vão à casas de suingues, que transam com outras pessoas, de casais que contratam garotas de programa para sexo a três. Acredito, pelos sinais que estão aí, que as pessoas que estão nascem hoje não vão viver no futuro as relações amorosas como vivemos hoje', defende a psicanalista Regina Navarro Lins.

'O amor romântico está saindo de cena'
Para a psicanalista, outro fator que ajuda para esse cenário é o amor romântico saindo de cena por causa da individualidade e que a exigência de exclusividade na relação vai deixar de existir daqui a alguns anos.
'O amor romântico, o que rege as mentalidades, prega que os dois se transformem num só, que um vai ter todas as necessidades atendidas pelo outro. É claro que a exclusividade é total neste tipo de idealização amorosa. Acredito que isso esteja saindo de cena por causa da individualidade, o oposto desse tipo de amor. Acredito que daqui a algum tempo essa exigência de exclusividade na relação vai deixar de existir', defende.

'As novas formas de amor são bem-vindas'
A psicóloga clínica e psicoterapeuta Triana Portal discorda que as relações monogâmicas estejam em declínio. Ela explica que o fato das pessoas terem mais de uma relação monogâmica na vida não significa que estejam infelizes com apenas um parceiro ou que, se tivessem com várias pessoas, encontrariam a plenitude.

'As relações evoluem e podem não vingar por inúmeros motivos. As novas formas de amor são bem-vindas, mas devem ser observadas, aprendidas e testadas para que tenhamos mais subsídios para opinar e atuar', opina.
O problema, na visão da psicóloga, é o individualismo egocentrista atual que deteriora qualquer relação, seja monogâmica ou poligâmica. 'O futuro das relações afetivas é delicado quando temos uma cultura de pessoas mimadas que 'se cansam' do parceiro na primeira dificuldade ou que nunca se veem satisfeitas, tendo que procurar constantemente desculpas para um vazio interior que não será preenchido por outra pessoa ou outras', observa Triana.

'Quando nos relacionamos com várias pessoas não há compromisso'
Na avaliação da psicóloga e psicopedagoga Renata Yamasaki, as relações monogâmicas não estão superadas porque nas pessoas há um 'desejo' profundo de intimidade e de ser amado. 'É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo? Amar não, mas sentir atração e desejo por várias pessoas, sim', opina Renata, que atende em seu consultório crianças, adolescentes e faz orientação de pais e família.

Para a especialsta, quando nos relacionamos com várias pessoas não há compromisso, mas sim diversão apenas. 'É uma forma de entretenimento momentâneo e, quando a brincadeira acaba, a pessoa já está em busca do próximo brinquedo. Por causa dessa visão do sexo entre várias pessoas, muitas delas se sentem emocionalmente vazias, ansiando por alguma coisa capaz de lhes preencher a lacuna da alma', avalia a psicopedagoga.

'No universo da monogamia nem tudo são flores'
A colunista de Amor e Sexo do Tempo de Mulher e professora de Ginástica Íntima, Regina Racco, conta que já lidou com mulheres que não negaram terem amado mais de uma pessoa ao mesmo tempo.

'Conheço mulheres que não negam ter amado mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Uma, em especial, se sentia frustrada por não ter a sua família ideal com os dois homens que ela ama igualmente (um não sabe do outro). E ela não mantém o outro como amante, apenas o ama à distância e fantasia uma família perfeita com os dois e os filhos. Esse é um caso onde o poliamor seria positivo se aceito por todos os envolvidos', conta.

Para a colunista, outras possibilidades de se relacionar devem ser levadas em consideração. 'Na monogamia, nem tudo são flores e podemos destacar casais que se 'odeiam cordialmente' e que viveriam melhores separados, mas amargam o 'até que a morte os separe'. Sem falar em outros que há muito viraram irmãos e nem perceberam. Será que a monogamia para esses é, de fato, uma boa escolha?', questiona Regina Racco.

'O amor livre é uma forma fácil de não enfrentar sentimentos complexos'
A psicóloga especialista em sexualidade Juliana Bonetti defende que um amor livre é uma forma de se relacionar superficialmente, e tudo que é muito leve e etéreo em relações afetivas é, de fato, insustentável.

'O amor livre é uma forma fácil de não enfrentar sentimentos complexos como ciúmes, inveja, competição ou rivalidade. Apazigua momentaneamente uma angústia, pois temos todos que desejamos, mas, em longo prazo o preço emocional que se paga por este envolvimento sem contornos e limites certamente será sentido', opina Juliana.




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