A FAB (Força Aérea Brasileira) dentro do programa
SIVAM (sistema de vigilância da Amazônia), precisou adquirir novos equipamentos
de radares terrestres e aero-transportados, este ultimo, nunca antes usado pela
força, para conseguir atingir o objetivo deste ambicioso programa que visa
fechar a cobertura e controle do espaço aéreo brasileiro naquela região que
cobre 60% do território brasileiro e sempre foi uma área muito usada por
contrabandistas e traficantes por causa da ausência de controle aéreo.
Para a aeronave de alerta aéreo avançado e
sensoriamento remoto, já previstos no projeto do SIVAM, a FAB encomendou, junto
a Embraer um avião que executasse essa missão.
A Embraer, de forma bastante competente,
desenvolveu uma versão militar do seu EMB 145, sucesso total no mercado de
aviação civil, e que acabou se mostrando uma plataforma avançada e de custo
reduzido em relação a seus similares no mercado internacional. Nasceu assim o
EMB-145 AS ou R-99A como é conhecido na FAB.
A Embraer fez uma parceria com a Ericsson que
fornece o radar de alerta aéreo antecipado PS 890 Eryeye, de abertura
sintética, capaz de cobrir simultaneamente, 360º em volta do avião e prover
detecção a um alcance máximo de 500 km para alvos de grande tamanho e 350 km
contra um alvo do tamanho de um caça. O sistema é capaz de monitorar 300
contatos aéreos simultaneamente.
A incorporação deste equipamento na FAB trouxe mais
que um mero acréscimo para a cobertura de radar para a região amazônica. Na
verdade o R-99 promoveu uma revolução na doutrina de defesa aérea que agora
conta com um avião de alerta aéreo no estado da arte e que, está equipado com
um sistema datalink da Rohde & Schwarz, da família 400U, alemão, que recebe
e envia dados para outras aeronaves e estações de terra, conseguindo uma
consciência situacional inédita na força aérea brasileira.
Este equipamento, foi pioneiro na
FAB, e sistemas similares, para comunicação de dados com os R-99 A, foram
instalados nos novos AT-29 Super Tucano, em operação de interceptação e
patrulha na Amazônia e nos F-5M. Futuramente, depois da modernização, os A-1
AMX contarão com sistema datalink, também.
Além de detectar aeronaves o
sistema permite, ainda, detectar alvos marítimos e executar missões ELINT
(inteligência eletrônica), demonstrando uma versatilidade operacional notável.
Para completar os requisitos do
programa SIVAM foi, ainda, necessário a construção de uma versão do R-99 para
missões de sensoriamento remoto para produzir mapeamento cartográfico de
altíssima resolução e capaz de detectar alvos terrestres como veículos e
soldados.
Este equipamento, conhecido com o
nome R-99B, permite um controle do campo de batalha terrestre, com informações
de movimentação e posicionamento das forças inimigas e amigas, em tempo real, repassando
todas essas informações para o comando, que decidirá quais as medidas para
vencer a batalha. Sem dúvidas, é um equipamento avançadíssimo e único na
América latina.
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BASE AÉREA DE ANÁPOLIS |
O R-99B é equipado com um radar de
abertura sintética SAR da McDonald Dettweiler, com alcance de 92 Km de terreno
em volta do avião. Além deste sofisticado sistema, um equipamento OIS FLIR
AN/AAQ-22 Safire (sensor ótico e infravermelho), permite detectar fontes de
calor como queimadas e equipamentos camuflados em terra.
O R-99B, assim como seu irmão AEW,
possui o sistema de transmissão e recepção de dados datalink, permitindo o
intercambio de informações ccom outros aviões e a base em terra, em tempo real
de forma segura.
Além do Brasil, a Grécia usa o
R-99 A, sendo o primeiro operador deste modelo, entre as nações da OTAN, e o
México, adquiriu e já incorporou ao serviço ativo o R-99 A.
FICHA TECNICA
Velocidade de cruzeiro: mach 0,70
Velocidade máxima: mach 0,80
Autonomia: 6 horas
Empuxo: 2X 3368Kgf
DIMENSÕES
Comprimento: 29,87m
Envergadura: 21 m
Altura: 6,75 mPeso: 24000 kg (máximo na decolagem)