HÉVERTON |
O procurador-geral do Ministério Público de São Paulo, Roberto Senise Lisboa, que investiga a escalação irregular do meia Héverton, afirmou no domingo que há fortes indícios de que alguém da Portuguesa recebeu dinheiro para escalar o jogador na última partida do Campeonato Brasileiro de 2013, contra o Grêmio.
Por conta da escalação do meia, a Lusa perdeu quatro pontos e acabou rebaixada para a Série B. O Fluminense, que estava na zona de rebaixamento, acabou se salvando do descenso.
"É muito grave. Há indícios de que alguém do clube acabou obtendo uma vantagem e prejudicando a Portuguesa. Uma coisa é certa: o técnico Guto Ferreira não sabia do problema da escalação do jogador", afirmou Lisboa em entrevista para a rádio Bandeirantes.
"Ao que tudo indica, houve algum problema no meio do caminho, na comunicação do clube. A questão é quem ganhou dinheiro com isso, e alguns indícios apontam para isso. E é muito preocupante. Isso revela que a máfia do futebol não se restringe apenas ao apito", afirmou Lisboa, em referência ao caso conhecido como "Máfia do Apito", em 2005.
De acordo com o promotor, as provas de alguém da Portuguesa recebeu dinheiro no caso de Héverton ainda "estão em fase de construção" e que é "muito esquisito um clube afirmar que não sabia da suspensão de um jogador apenas na última rodada do Campeonato Brasileiro". Segundo Lisboa, o próximo passo será investigar o pagador da quantia.
Na sexta-feira, em entrevista para a Folha, Lisboa disse que a "Lusa tinha ciência" da suspensão do meia. "Chegou o e-mail para a presidência da Portuguesa. Ele foi aberto e repassado ao departamento competente", afirmou.
Lisboa, no entanto, disse que a nova revelação não exime a culpa da CBF de não ter publicado o resultado do julgamento de Héverton, ocorrido em 6 de dezembro, antes da partida de dois dias depois, como determina o Estatuto do Torcedor.
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